ESTUDOS

 

 

10 ERROS HERMENÊUTICOS DA IGREJA ATUAL


No contexto da igreja brasileira, são poucos os cristãos que tem se empenhado no estudo das escrituras, o número de alunos nas escolas bíblicas ainda é muito limitado, creio que o misticismo atual tem influenciado de certa forma muitos cristãos levando-os a dar uma atenção maior a oração e cultos de libertação e poder , pacotes já prontos , o ´´ evangelho das facilidades `` neste comentário iremos .  

O que nos leva a pensar em uma reforma nas igrejas brasileiras nos dias atuais , se hoje acontecesse uma reforma no Brasil , alguns erros interpretativos eu combateria , por exemplo :

1º Deus serve a igreja : Nos dias de hoje vemos algumas igrejas trabalhando com a possibilidade de Deus nos servir como uma espécie de garçom , a gente pede , e ele nos atende imediatamente , os papéis são invertidos entre a criatura e o criador . Sendo que o correto é nós servirmos a Deus e entendermos que ele é soberano.
 

2º Teologia da prosperidade: Hoje somos testemunhas de ministérios que esbanjam técnicas para fazer campanhas que levam ao extremo a prosperidade , ao invés de trabalhar , estudar , se esforçar como tantos seres humanos fazem , os membros de tais igrejas ofertas números absurdos , enriquecendo pastores que não tem idoneidade e em troca receber a promessa de enriquecerem a ponto de um morador de rua passar a ser dono de mais de três empresas e milionário sem qualquer explicação lógica .Homens que praticam a hermenêutica profana para enganarem os fieis de suas igrejas.Sendo que a forma bíblica de sermos bem sucedidos financeiramente é trabalhando com seriedade para a glória de Deus , e sendo fiéis com os nossos dízimos e ofertas.
 

3º Envolvimento Político na Igreja: Tem igrejas que homens mandam mais do que o próprio Deus , altares recheados em eventos patrocinados por partidos fazendo com que a igreja fique refém do sistema . E vemos a divisão distinta no ministério de Cristo e dos apóstolos com relação a envolvimentos políticos , pois a igreja depende de uma aliança com o autor e consumador de nossa fé não de homens com poderes e influencias humanas.

4º Movimento Gospel: Hoje nós vemos o quanto se investe em shows do movimento gospel no Brasil , grupos e cantores supervalorizados por um sistema onde os cachês falam mais alto do que a necessidade de louvar verdadeiramente a Deus. Existem cânticos que não louvam a Deus mais sim o próprio homem e o dinheiro gasto com estes tidos artistas que muitas vezes não tem compromisso com a palavra de Deus poderiam melhorar e muito a vida de órfãos , viúvas , desempregados , mendigos , enfim realmente fazer obra social .

5º Pregadores Itinerantes: Homens que se denominam ``viver da obra de Deus ´´ e cobram verdadeiras fortunas para ministrarem a palavra de Deus sendo que nunca investiram em estudo competente para ministrarem as verdades de Deus para seu povo tirando suas próprias conclusões do que é o evangelho , cobrando valores exorbitantes das igrejas para pregarem uma palavra que não lhes pertence .Nossas igrejas tem que investir mais em estudos para obreiros chamados por Deus para pregarem , ensinarem a palavra investindo em homens que vivam para a obra , ao invés de compactuarem com este movimento que cada dia cresce mais no Brasil.

6º Programas de Tv: A grande maioria de programas de TV serve para anunciar obras humanas, homens pedindo dinheiro sem parar ou até mesmo ministros se digladiando na mídia, tentando uns serem melhores que os outros ao invés de pregarem a palavra de Deus. Este importante meio de comunicação deveria ser usado por homens de Deus para anunciarem o evangelho do Senhor, e fazer com que todos conheçam as verdades bíblicas.

7º Sacerdócio Iletrado: Hoje nos vemos o abandono dos estudos dos nossos sacerdotes brasileiros, professores de escola dominical, lideres de departamentos , homens que tem por obrigação conhecer a palavra a fundo se contentam em receber estudos superficiais sem ao menos examinares as escrituras para tirar a limpo o que está sendo absorvido , se tornando verdadeiros `` papagaios de papagaios ``.Os homens de Deus deveriam investir mais em suas vidas ministeriais , sabendo que as igreja que dirigem tem a necessidade de conhecer a verdade , mais como vão ensinar a verdade se não a conhecem ?

8º O mundo dentro da Igreja: em algumas igrejas que vemos nos dias de hoje , nós vemos o grande envolvimento do culto nas igrejas que parecem mais celebrações mundanas , onde o gnosticismo corre livre dentro da igreja e o culto a Deus fica do lado de fora.As igrejas brasileiras tem que rever conceitos e entender que as coisas praticadas pelo mundo não louvam a Deus.

9º Antropocentrismo na Igreja: O homem na igreja de nossos dias é o centro de todas as coisas, as decisões que por um lado tem um nível de importância de poso são tomados sem oração pois o que Deus quer para a igreja não é mais importante como na igreja primitiva , o culto tem mais coisas de homens do que culto racional a Deus. O senhor tem que ser o centro , a primazia no culto e o cabeça da igreja não calda .

10º Artistas Convertidos: Pessoas que um dia foram ou são reconhecidos pela mídia como famosos, se convertem mais não se tornam uma nova criatura , não passam pelo processo do novo nascimento , e também se tornam estrelas dentro da igreja , e em grande maioria escandalizam o evangelho do Senhor , alguns continuam cantando musicas que levam pessoas a pecarem e outros continuam em suas velhas praticas pecaminosas.Estes tidos como artistas na igreja tem que ser tratados como a apostolo Paulo foi tratado , mais uma pessoa que precisou de negar a si mesmo e depender de Deus em um verdadeiro processo de santificação .

Causas dos conflitos conjugais


Referência: GÊNESIS 2.23,24


I – FASES DO CASAMENTO

Empolgação – Gn 2.23,24

Crise – Gn 3.12

Ajustamento

Não há casamento perfeito

Não há casamento sem conserto

SEGREDO: Saber lidar com as crises

II – ATITUDES DIANTE DAS CRISES

Negar

Ignorar

Racionalizar – Todo mundo tem problema

Desesperar

Resolver

III – CAUSAS DOS CONFLITOS

A) Causa UM = NATUREZA HUMANA

egoísta (individualista)

ciumenta (possessiva)

invejosa

crítica

B) Causa DOIS = DIFERENÇAS INDIVIDUAIS

sexo (necessidades diferentes – sexo/sexualidade – freqüência diferente – orgasmo

Idade

Formação (criação – educação – valores)

Expectativas (o que você espera do seu casamento)

C) Causa TRÊS = CIRCUNSTANCIAS

Chegada dos filhos

Doença e luto na família

Mudanças (moradia, emprego)

Desemprego (finanças), crise financeira

D) Causa QUATRO = INFLUÊNCIAS EXTERNAS

Família (interferência)

Amizades

Trabalho

Igreja

E) Causa CINCO = COMUNICAÇÕES DEFICIENTES

Fala muito, ouve pouco – Tg 1.19

Falta de diálogo

Falta de transparência

Uso de chavões

F) Causa SEIS = QUESTÕES Não RESOLVIDAS

A bola de neve – Ef. 4.26

É preciso: Expressar o sentimento – Reconhecer o erro – Dar e pedir perdão – Amar incondicionalmente.

 
Aborto, o grito silencioso dos que não nasceram
A questão do aborto esteve no topo da lista das grandes discussões políticas em nossa nação. Este é um assunto solene, que merece nossa maior atenção. Não devemos ser frívolos em sua análise. O aborto sempre foi e ainda é assunto de debates entre juristas e legisladores; é tema da ética cristã que exige um posicionamento da igreja. Algumas ponderações precisam ser feitas no trato dessa matéria: Quando começa a vida? Quem tem o direito de decidir sobre a interrupção da vida? Em que circunstâncias um aborto pode ser justificado? O que a Palavra de Deus tem a dizer sobre o assunto? Não queremos, neste artigo, discutir aqueles casos de exceção, onde a medicina e a ética cristã precisam fazer uma escolha entre a vida da mãe ou do nascituro. Queremos, sim, alertar para a prática indiscriminada e irresponsável do aborto, fruto muitas vezes, de uma conduta imoral.
Embora seja ainda matéria de discussão, é consenso geral que a vida começa com a fecundação. A ciência apresenta o fato de que a vida humana inicia com a fecundação e termina com a morte. Desde a concepção, todos os componentes da vida já estão potencialmente presentes para o seu pleno desenvolvimento. É desse óvulo fertilizado que se desenvolve o ser humano pleno, corpo e alma. Na perspectiva bíblica, Deus é o autor da vida e ele mesmo é quem forma o nosso interior e nos tece no ventre da nossa mãe. É Deus quem nos forma de maneira assombrosamente maravilhosa. O salmista diz: “Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda” (Sl 139.15,16). A Bíblia fala do ser antes do nascer. Davi diz: “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). Jó descreve sua existência pré-natal afirmando: “Porventura não me vazaste como leite e não me coalhaste como queijo? De pele e carne me vestiste, e de ossos e tendões me entreteceste” (Jó 10.10). Fica claro na perspectiva da Escritura, que a vida começa na concepção.
A lei de Deus é enfaticamente clara: “Não matarás” (Ex 20.13). Deus é o autor da vida e só ele tem autoridade para tirá-la (1Sm 2.6). A decisão acerca do aborto não pode ser apenas uma discussão restrita à mãe e ao seu médico. O direito à vida é um direito sagrado e deve ser amplamente discutido, sobretudo, à luz da ética cristã. O aborto é a eliminação de uma vida. É um assassinato. E o mais grave: um assassinato com requintes de crueldade. O aborto é matar um ser indefeso, incapaz de proteger-se. É tirar uma vida que não tem sequer o direito de erguer a voz e clamar por socorro. Ah! Se os milhões de crianças que não chegaram a nascer pudessem gritar aos ouvidos do mundo, ficaríamos estarrecidos diante dessa barbárie. Ficamos chocados com o Holocausto, onde seis milhões de judeus foram mortos nos campos de concentração e nos paredões de fuzilamento. O aborto, entretanto não é menos perverso. O ventre materno em vez de ser um refúgio da vida, torna-se o corredor da morte; em vez de ser o berço da proteção, torna-se o patíbulo da tortura; em vez de ser o reduto mais sagrado do direito à vida, torna-se a arena mais perigosa da morte. O aborto é um crime com vários agravantes, pois não raro, a criança em formação é envenenada, esquartejada e, sugada do ventre como uma verruga pestilenta e indesejável. Oh, que Deus tenha misericórdia da nossa sociedade! Que Deus tenha piedade daqueles que legislam! Que Deus tenha compaixão daqueles que favorecem ou praticam tamanha crueldade!

O perfil de um líder cristão exemplar


O livro de Atos dos apóstolos faz uma síntese da vida de Barnabé, um dos maiores líderes da igreja cristã, nos seguintes termos: “Porque era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé…” (At 11.24). Há três verdades sobre Barnabé que devemos aqui destacar:

1. Um líder cristão deve investir sua vida na vida dos outros. Ser líder é ser servo; ser grande é ser pequeno; ser exaltado é humilhar-se. Barnabé é o único homem da Bíblia chamado de bom. E por que? É porque quase sempre, ele está investindo sua vida na vida de alguém. Em Atos 4.36,37 ele está investindo recursos financeiros para abençoar pessoas. Em Atos 9.27 ele está investindo na vida de Saulo de Tarso, quando todos os discípulos fecharam-lhe a porta da igreja não acreditando que ele fosse convertido. Em Atos 11.19-26, a igreja de Jerusalém o vê como o melhor obreiro a ser enviado para Antioquia e quando ele vê a graça de Deus prosperando naquela grande metrópole, mais uma vez ele investe na vida de Saulo e vai buscá-lo em Tarso. Em Atos 13.2 o Espírito o separa como o líder regente da primeira viagem missionária. Em Atos 15.37-41 Barnabé mais uma vez está investindo na vida de alguém; desta feita na vida de João Marcos. Precisamos de líderes que sejam homens bons, homens que dediquem seu tempo e seu coração para investir na vida de outras pessoas.

2. Um líder cristão deve esvaziar-se de si para ser cheio do Espírito Santo. Barnabé era um homem cheio do Espírito Santo. Sua vida, suas palavras e suas atitudes eram governadas pelo Espirito de Deus. Um líder cheio do Espirito tem o coração em Deus, vive para a glória de Deus, ama a obra de Deus e serve ao povo de Deus. Barnabé é um homem vazio de si mesmo, mas cheio do Espírito Santo. A plenitude do Espírito não é uma opção, mas uma ordem divina. Não ser cheio do Espírito é um pecado de negligência. Precisamos de líderes que transbordem do Espírito, homens que sejam vasos de honra, exemplo para os fiéis, bênção para o rebanho de Deus. Quando os líderes andam com Deus, eles influenciam seus liderados a também andarem com Deus. Por isso, a vida do líder é a vida da sua liderança. Deus está mais interessado em quem o líder é do que no que o líder faz. Vida com Deus precede trabalho para Deus. Piedade é mais importante do que performace.

3. Um líder cristão deve colocar seus olhos em Deus e não nas circunstâncias. Barnabé era um homem cheio de fé. Ele vivia vitoriosamente mesmo diante das maiores dificuldades, porque sabia que Deus estava no controle da situação. A fé tira nossos olhos dos problemas e os coloca em Deus que está acima dos problemas. A fé é certeza e convicção. É certeza de coisas e convicção de fatos (Hb 11.1). É viver não pelo que vemos ou sentimos, mas na confiança de que Deus está no controle, mesmo que não estejamos no controle. A fé sorri diante das dificuldades, não porque somos fortes, mas porque embora sejamos fracos, confiamos naquele que é onipotente. Barnabé é um exemplo de um líder que deve ser seguido. Precisamos de líderes que vejam o invisível, creiam no impossível e toquem o intangível. Precisamos de líderes que ousem crer no Deus dos impossíveis e realizar coisas para ele. Precisamos de líderes que olhem para a vida na perspectiva de Deus, que abracem os desafios de Deus e realizem grandes projetos no reino de Deus.



O Padrão Bíblico de Avivamento

Qual o padrão bíblico de avivamento? Os avivamentos bíblicos oferecem alguma coordenada para a renovação da igreja evangélica no Brasil de hoje?

Estas são algumas das perguntas que procuraremos responder no decorrer desse estudo.

I - O significado bíblico do termo "Avivamento":

1.1. No Antigo Testamento:
O verbo hebraico hyh (avivar) tem o significado primário de "preservar" ou "manter vivo". Porém, "avivar" não significa somente preservar ou manter vivo, mas também purificar, corrigir e livrar do mal. Esta é uma conseqüência natural em toda vez que Deus aviva. Na história de cada avivamento, dentro ou fora da Bíblia, lemos que Deus purifica, livra do mal e do pecado, tira a escória e as coisas que estavam impedindo o progresso da causa (1).

O verbo "avivar", em suas várias formas (2), é usado mais de 250 vezes no Antigo Testamento, das quais 55 vezes estão num grau chamado piel. Um verbo nas formas do Piel expressa uma ação ativa intensiva no hebraico. Neste sentido, o avivamento é sempre indicado como uma obra ativa e intensiva de Deus. Alguns exemplos de sua ocorrência são as clássicas orações de Davi, como esta: "Porventura, não tornarás a vivificar-nos (3), para que em ti se regozije o teu povo?" (Sl 85.6) (4), e da clássica oração do profeta Habacuque: "Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia" (Hc 3.2).
1.2. No Novo Testamento:
Encontramos no Novo Testamento grego um conjunto de palavras que expressam o conceito básico de avivamento. São elas: 'egeíro, 'anastáso, 'anázoe e 'anakaínoo. Outras palavras gregas comparam o avivamento ao reacender de uma chama que se apaga aos poucos (cf. 'anazopyréo em 2 Tm 1.6) ou uma planta que lança novos brotos e "floresce novamente" (cf. 'anaphállo em Fp 4.10).

No Novo Testamento grego as palavras supracitadas aparecem, no contexto de avivamento, apenas sete vezes, embora a idéia básica de avivamento seja sugerida com mais freqüência. Uma possível explicação para o uso escasso dos termos, em comparação ao Antigo Testamento, é que o Novo cobre apenas uma geração, durante a qual a Igreja Cristã desfrutou, na maior parte do tempo, um grau incomum de vida espiritual.
II - O que não é avivamento bíblico:

Antes de falarmos sobre avivamento bíblico, propriamente dito, acreditamos ser de grande ajuda uma abordagem, mesmo que rápida, do que não é o padrão bíblico de avivamento.

O Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu livro AVIVAMENTO URGENTE, apresenta sete interessantes razões sobre o que não deve ser entendido como avivamento de verdade. Sou devedor ao dileto colega por suas pertinentes observações. Transcrevo-as quase que na íntegra.

2.1. Avivamento não é um programa agendado pela igreja.

Avivamento não é ação da igreja, mas de Deus. Avivamento é obra soberana e livre do Espírito Santo. A igreja não promove e nem faz avivamento. A igreja não é agente de avivamento. A igreja não agenda e nem programa avivamento. A igreja só pode buscar o avivamento e preparar o caminho da sua chegada. A igreja não produz o vento do Espírito, ela só pode içar suas velas em direção a esse vento.

A soberania de Deus, no entanto, não anula a responsabilidade humana. O avivamento jamais virá se a igreja não preparar o caminho do Senhor (5). O avivamento jamais acontecerá se a igreja não se humilhar. Sem oração da igreja, as chuvas torrenciais de Deus não descerão. Sem busca não há encontro. Sem obediência a Deus, jamais haverá derramamento do Espírito. Contudo, quem determina o quando e o como do avivamento é Deus. Ele é soberano. David Brainerd orou vários anos pelo avivamento entre os índios peles vermelhas no século XVIII. Aquele jovem, ajoelhado na neve, suava de molhar a camisa, em agonia de alma, em oração fervente, em favor daqueles pobres índios. Quando o seu coração parecia desalentado e já não havia prenúncios de chuva da parte de Deus, o Espírito foi poderosamente derramado e os corações se dobraram a Cristo aos milhares.
2.2. Avivamento não é mudança doutrinária.
Cometem ledo engano aqueles que querem descartar a teologia e desprezar a doutrina na busca do avivamento. Desprezar a doutrina é dinamitar os alicerces da vida cristã. Desprezar a doutrina é querer levantar um edifício sem lançar o fundamento. Desprezar a doutrina é querer por um corpo de pé e em movimento sem a estrutura óssea.

Não há vida piedosa sem doutrina. A doutrina é a base da ética. A teologia é mãe da ética. "Assim como o homem crê no seu coração, assim ele é" (Pv 23.7).

Vida sem doutrina gera misticismo e experiencialismo subjetivista. Avivamento sem doutrina é fogo de palha, é movimento emocionalista, é experiencialismo personalista e antropocentrista. Deus tem compromisso com a verdade e a sua Palavra é a verdade e todo avivamento precisa estar fundamentado na Palavra. O avivamento precisa estar norteado pelas Escrituras e não por sonhos e visões. Precisa estar dentro das balizas da Bíblia e não dentro dos muros de revelações subjetivistas, muitas vezes feitas na carne.

2.3. Avivamento não é mudança litúrgica.

Muitos crentes confundem avivamento com forma de culto, com liturgia animada, com coreografia e instrumental aparatoso.

Louvor não é encenação. Não é mimetismo. Não é ritualismo. Não é emocionalismo. Não é apenas seguir formas pré-estabelecidas, como bater palmas, dizer aleluia, amém e levantar as mãos. Louvor não é pululância, gingos e dança (6). Louvor que apenas levanta as mãos para o alto, mas não as estende para o necessitado não agrada a Deus. A Bíblia ordena levantar mãos santas ao Senhor, num gesto de rendição e entrega (I Tm 2.8). Louvor em que a pessoa apenas saltita e pula, mas não vive em santidade, é ofensa a Deus. Louvor que apenas verbaliza coisas bonitas para Deus, mas não leva Deus a sério na vida é fogo estranho diante do Senhor.

Louvor que não produz mudança de vida, quebrantamento, obediência e não leva as pessoas a confiarem em Deus, não é louvor, é barulho aos ouvidos de Deus. Assim diz o Senhor: "Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas liras" (Am 5.23).

Hoje estamos vivendo a época dos shows evangélicos, dos show-men, dos animadores de programas religiosos, do "rock evangélico", das músicas badaladas por um ritmo sensual.

Mais do que nunca é preciso tocar a trombeta em Sião e condenar a idéia de que precisamos imitar o mundo para atrair o mundo. A música do mundo tem entrado nas igrejas, para vergonha nossa e para derrota nossa. O louvor que agrada a Deus precisa ser em espírito e em verdade. O louvor precisa ser bíblico, senão é fogo estranho. Davi, no Salmo 40, versículo 3, fala-nos sobre as balizas do louvor que agrada a Deus: "E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão estas coisa, temerão e confiarão no Senhor". Primeiro, vemos a origem deste cântico: "E me pôs nos lábios". Este louvor vem de Deus e não do homem. Segundo, vemos a natureza deste cântico: "E me pôs nos lábios um novo cântico". Não é um novo de edição, mas novo de natureza. É um cântico que expressa a marca da sua nova vida, liberta do tremendal de lama (v2). Terceiro, vemos o objetivo deste cântico: "... Um hino de louvor ao nosso Deus". Este cântico não é para entreter ou agradar o gosto e preferência das pessoas. Este cântico vem de Deus e volta para Deus. Deus é o seu alfa e o seu ômega. Quarto, vemos o resultado deste cântico: "Muitos verão estas coisas, temerão e confiarão no Senhor". O louvor bíblico leva as pessoas a temerem a Deus, a confiarem em Deus. O verdadeiro louvor leva as pessoas a se voltarem para Deus.

O louvor não é um espaço da liturgia. Louvor é a totalidade da vida. "Bendirei ao Senhor em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios" (Sl 34.1).

À luz destas coisas, é preciso dizer que avivamento não é mudança litúrgica, é mudança de vida. Avivamento não é histeria carnal, é choro pelo pecado. Deus não procura adoração. Ele procura adoradores.

Todavia, é preciso dizer que, embora o avivamento não seja mudança de liturgia, todo avivamento mexe com a liturgia. O avivamento desinstala a liturgia ritualista, cerimonialista, formalista, fria e morta e põe em seu lugar uma liturgia viva, alegre, ungida, onde há liberdade do Espírito, sem abandonar a ordem e a decência. Em épocas de avivamento, a liturgia é desingessada e o povo com alegria e liberdade do Espírito adora a Deus, em espírito e em verdade, sem regras rígidas pré-estabelecidas. Cada culto é um acontecimento singular, novo, onde há abertura para o que Deus deseja falar e fazer com o seu povo.

Hoje existem muitos cultos solenes, aparatosos, pomposos, mas estão mortos. Disse J. I. Packer no seu livro "Na Dinâmica do Espírito": "Não há nada mais solene do que um cadáver. Há cultos solenes que estão mortos". Embora o avivamento não seja mudança litúrgica, todo avivamento muda a liturgia, tornando-a bíblica, alegre, ungida, dirigida pelo Espírito de Deus. Devemos clamar como os puritanos: "Queremos liturgia pura".

2.4. Avivamento não é uma ênfase carismática unilateral.

Muitas pessoas hoje estão limitando o avivamento a milagres, curas e exorcismos, sem observarem a abrangência global da doutrina pneumatológica. Este é um sério perigo. Toda vez que super-enfatizamos uma verdade em detrimento de outra, nós produzimos deformações e distorções nesta verdade.

Deus pode e faz maravilhas, curas e prodígios extraordinários quando Ele quer. Ele é soberano. Ninguém pode deter a sua mão. Ninguém pode ser o conselheiro de Deus. Ninguém pode instruir a Deus e dizer o que Ele pode e o que Ele não pode fazer. Ninguém pode obstaculá-lo nem ensinar-lhe qualquer coisa. Ele faz tudo quanto Ele quer, como quer, onde quer, quando quer, com quem quer. "Ele faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade" (Ef 1.11). Ele não obedece à agenda dos homens. Ele não se deixa pressionar. Ele é livre.

Entretanto, esta não é a ênfase do avivamento. A igreja hoje está correndo mais atrás de sinais do que atrás de santidade. A igreja hoje empolga-se mais com milagres do que com vida cheia do Espírito. A igreja hoje anseia mais as bênçãos de Deus do que o Deus das bênçãos. A igreja hoje busca mais uma vida antropocêntrica do que teocêntrica.

Avivamento não é efervescência carismática. Uma igreja pode ter todos os dons sem ser uma igreja avivada. Avivamento não é conhecido pelos dons do Espírito, mas pelo fruto do Espírito.

A igreja de Corinto possuía todos os dons, todavia, era uma igreja imatura e bebê espiritualmente. Naquela igreja profundamente carismática, havia divisões, cismas, brigas, partidos, contendas, imoralidade e irmãos levando outros irmãos aos tribunais mundanos. Havia falta de compreensão acerca do casamento e da liberdade cristã. Naquela igreja a ceia do Senhor estava sendo incompreendida, os dons estavam sendo usados erradamente, a ressurreição dos crentes estava sendo negada, e a cooperação financeira com os pobres negligenciada.

É verdade que, em épocas de avivamento, os dons são buscados e exercidos para a glória de Deus e a edificação da igreja, mas a ênfase carismática não é sinônimo de avivamento.

2.5. Avivamento não é modismo.

Muitos crentes, por desconhecimento, se posicionam contra o avivamento porque acham que ele é a mais nova onda da igreja. Acham que avivamento é uma coqueluche moderna e uma inovação sem nenhum respaldo bíblico e histórico.

Certamente, aqueles que assim pensam não estudam com critério a Bíblia nem a história da igreja. Os pontos culminantes da igreja aconteceram em épocas de avivamento. Desde o Antigo Testamento que esta é uma verdade incontestável. É só olhar para os grandes despertamentos na época de Ezequias, de Josias e de Neemias. É só ver o grande avivamento em Jerusalém, em Samaria, em Antioquia da Síria e em Éfeso. É só ver o que Deus fez na Reforma do Século XVI, na Inglaterra, no século XVIII e em outros grandes avivamentos da história. Certamente, avivamento não é uma onda, não é um modismo. Ele possui firmes lastros históricos. Ele é nossa herança e nosso legado e deve continuar sendo nossa aspiração e nossa busca constante.

2.6. Avivamento não é uma visão dicotomizada da vida.

Muitas pessoas, quando começam a buscar avivamento, saem da realidade e enclausuram-se nos castelos inexpugnáveis de uma espiritualidade isolada e monástica. Tornam-se tão "espirituais" que já não sabem mais conviver com a vida, isolam-se, fazendo da vida uma caverna de fuga. Querem sair do mundo em vez de serem guardados do mal. Dividem a vida entre sagrado e profano, corpo e alma, matéria e espírito. Acham que Deus está interessado apenas nas coisas espirituais. Acham que Deus só olha para a vida de trabalho na igreja, sem observar os negócios, a família, o trabalho, os estudos e a vida do dia-a-dia com o mesmo interesse.

Esta não é a visão bíblica nem a visão do verdadeiro avivamento. Tudo em nossa vida é vazado pelo sagrado. Toda a nossa vida é cúltica. Todo o nosso viver é litúrgico. O grande avivalista John Wesley lutou pelas causas sociais na Inglaterra ao mesmo tempo que pregou sobre avivamento. Finney pregou ardorosamente contra a escravidão nos EUA no século passado ao mesmo tempo que foi o maior avivalista do seu país. João Calvino atacou com veemência os juros extorsivos em Genebra. O avivamento sempre traz profundas mudanças políticas, econômicas, sociais e morais. O avivamento não leva a igreja à fuga, mas ao enfrentamento.

2.7. Avivamento não é campanha de evangelização.

Não podemos confundir avivamento com campanhas evangelísticas. Avivamento é para a igreja, pessoas que já têm vida; evangelização é para o mundo, pessoas que estão mortas em delitos e pecados. Avivamento é para crentes nascidos de novo; evangelização é para pecadores inconversos. Na evangelização, a igreja trabalha para Deus; no avivamento, Deus trabalha para a igreja. Na evangelização, a igreja vai aos pecadores; no avivamento, os pecadores correm para a igreja. Na evangelização, os pregadores apelam aos pecadores; no avivamento, os pecadores apelam aos pregadores.

III - O Padrão Bíblico de Avivamento:

Podemos definir o avivamento bíblico em dois sentidos distintos:

3.1. O sentido estrito de avivamento.

Estritamente falando, avivamento é algo que acontece unicamente no meio do povo de Deus. O Espírito Santo renova, reaviva e desperta a igreja sonolenta. É revitalização onde já existe vida. Ou, como disse Robert Coleman, é "o retorno de algo à sua verdadeira natureza e propósito" (7).

Comentando um pouco mais sobre o sentido estrito de avivamento, diz o Dr. Martin Lloyd-Jones:

É uma experiência na vida da Igreja quando o Espírito Santo realiza uma obra incomum. Ele a realiza, primeiramente, entre os membros da Igreja: é um reviver dos crentes. Não se pode reviver algo que nunca teve vida; assim, por definição, o avivamento é primeiramente uma vivificação, um revigoramento, um despertamento de membros de igreja que se acham letárgicos, dormentes, quase moribundos (8).

Quando há esse impacto da obra do Espírito de Deus na vida da igreja, os resultados imediatos do avivamento são sentidos no povo de Deus: senso inequívoco da presença de Deus; oração fervorosa e louvor sincero; convicção de pecado na vida das pessoas; desejo profundo de santidade de vida e aumento perceptível no desejo de pregação do evangelho. Em outras palavras, a igreja amortecida e tristemente doente é a primeira a ser beneficiada pelo avivamento.

3.2. O sentido amplo de avivamento.

Como a própria expressão define, neste sentido não apenas a igreja, mas a sociedade não-cristã também é beneficiada pelo avivamento. Isto acontece porque, além da atuação soberana do Espírito Santo no mundo, na igreja passa a existir uma conscientização profunda de sua missão; isto é, a missão integral de servir o mundo evangelística e socialmente. No avivamento a igreja vive a missão para a qual foi chamada.

A sociedade não-cristã, por sua vez, volta-se para Deus em resposta ao evangelho. Acertadamente o Dr. Héber de Campos comenta que "o reavivamento começa na igreja e termina na comunidade maior onde ela vive. Os efeitos do reavivamento são muito mais perceptíveis nas mudanças morais que acontecem na região ou num país onde ele acontece. Ele não se limita simplesmente aos membros das igrejas atingidas pela obra de Deus. Ele causa impacto em toda a comunidade onde a igreja de Deus está inserida" (9).

Em suma, as duas características principais do avivamento são 1) o extraordinário revigoramento da igreja de Cristo e 2) a conversão de multidões que até o momento estiveram fora dela na indiferença e no pecado.

3.3. Avivamento e a Bíblia.

Aqui também abordaremos dois aspectos essenciais do avivamento.

1) O padrão bíblico de avivamento é a Bíblia

Por mais simplória e pleonástica que esta declaração pareça ser, ela é tão autêntica e singular como dois e dois são quatro. Estamos falando do único padrão inerrante e infalível de avivamento: a Bíblia.

Uma vez que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática, é ela e somente ela que nos pode dar a direção certa deste assunto. A relação entre a Bíblia e o avivamento é tão intrínseca que é impossível um avivamento de verdade sem que a Bíblia faça parte dele.

Além disso, numa época de tantos extremos como este em que vivemos, é fundamental o equilíbrio que só a Bíblia oferece. Sabemos que hoje existem desde aqueles que vêem toda e qualquer manifestação entusiástica como avivamento, até àqueles que negam a sua existência, ou quando muito acham que avivamento é a mais nova onda do momento, uma coqueluche moderna, uma inovação humana sem respaldo bíblico. É necessário, mais do que nunca, recorrermos à lei e ao testemunho.

Permita-me ilustrar o que queremos dizer por "extremos". Edwin Orr (10), uma das maiores autoridades sobre avivamentos, disse que viu duas igrejas nos Estados Unidos convidando pessoas para suas reuniões de avivamentos. Uma delas dizia: "Reavivamento aqui todas às segundas-feiras à noite", enquanto que a outra prometia: "Reavivamento aqui todas às noites, exceto às segundas-feiras". Orr menciona este fato para relatar um desses extremos em que a palavra "avivamento" ou "reavivamento" é usada aleatoriamente, como se o avivamento fosse produzido simplesmente pelo desempenho humano com data e hora marcadas.

Voltando ao lugar da Bíblia no avivamento, é importante salientar que ela foi, é e sempre será a espada do Espírito Santo em todo avivamento bíblico. Não existe verdadeira espiritualidade sem a Bíblia. Observando os avivamentos ocorridos na Bíblia e na história da igreja, notamos que os objetos do Espírito eram sempre persuadidos com e para a Bíblia. Avivamento onde a Bíblia não está presente não passa de um mero pentecostalismo convencional.

"Um reavivamento", diz o Dr. Héber de Campos, "que é produto da obra do Espírito Santo na igreja, certamente tem sua ênfase naquilo que tem sido esquecido por muito tempo: a Palavra de Deus. A autoridade da Palavra de Deus passa ser algo extremamente forte num momento genuíno de reavivamento. A Bíblia passa novamente a ser honrada como a única Palavra inspirada de Deus" (11).

2) O padrão bíblico de avivamento está na Bíblia

Os primórdios do avivamento bíblico aparecem em Gênesis. Segundo Coleman, o que se pode chamar de "o grande despertamento geral" ocorreu nos dias de Sete, pouco depois do nascimento de seu filho Enos: "Então se começou a invocar o nome do Senhor" (Gn 4.26) (12). O nome Enos quer dizer fraco ou doente. O que é deveras significativo. Considerando o assassinato de Abel (Gn 3.9-15) e o aparecimento cada vez mais forte de doenças na raça humana, o nome Enos era bastante adequado. "É provável que fosse um reflexo da consciência da depravação humana e da necessidade da graça divina" (13). À parte desta indicação não existe nenhum outro relato de avivamento no princípio da história da raça humana. O relato subseqüente do dilúvio ilustra de modo dramático o que acontece com um povo que não se arrepende de seus pecados.

Depois temos os patriarcas que por vários séculos lideraram o povo de Deus. Sempre que a vitalidade espiritual do povo se desvanecia, eles agiam como a força que promovia novo vigor. O breve avivamento na casa de Jacó é um bom exemplo disso (Gn 35.1-15). Mais tarde, sob a liderança de Moisés, há períodos empolgantes de refrigério, especialmente nos acontecimentos ligados à primeira páscoa (Ex 12.21-28), na outorga da lei do Senhor no Sinai (Ex 19.1-25; 24.1-8; 32.1-35.29) e no levantamento da serpente de bronze no monte Hor (Nm 21.4-9).

No tempo de Josué um despertamento espiritual predominou em suas campanhas, como na travessia do rio Jordão (Js 3.1-5.12) e na conquista de Ai (Js 7.1-8.35). Mas quando terminaram as guerras e o povo se assentou para desfrutar os despojos da vitória, uma apatia espiritual se apoderou da nação. Sabendo que seu povo estava dividido, Josué reuniu as tribos de Israel, em Siquém, e exigiu que cada um escolhesse, de uma vez por todas, a quem servir (Js 24.1-15). Um verdadeiro avivamento segue-se a esse desafio, prosseguindo durante "todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que ainda viveram muito tempo depois de Josué, e sabiam toda a obra que o Senhor tinha feito a Israel" (Js 24.31).

O período de trezentos anos de liderança dos juízes mostra os israelitas, de quando em quando, traindo o Senhor e servindo a outros deuses. O juízo de Deus é inevitável. Então, após longos anos de opressão, o povo se arrepende e clama ao Senhor (Jz 3.9,15; 4.3; 6.6,7; 10.10). Em cada ocasião Deus responde as orações, enviando-lhes um libertador que liberta o povo na vitória contra os inimigos. Um dos maiores movimentos avivalistas aparece no final desse período, sob a direção de Samuel (I Sm 7.1-17).

Tempos de renovação ocorreram periodicamente no período dos reis. A marcha de Davi, entrando com a arca em Jerusalém, possui muitos ingredientes de um avivamento (2 Sm 6.12-23). A dedicação do templo, no início do reinado de Salomão, é outro grande exemplo (I Rs 8). O avivamento também chega a Judá nos dias de Asa (I Rs 15.9-15). E Josafá, outro rei de Judá, lidera uma reforma (I Rs 22.41-50), bem como o sacerdote Joiada (2 Rs 11.4-12.16). Outro poderoso despertamento é vivenciado na terra sob a liderança do rei Ezequias (2 Rs 18.1-8). Por fim, a descoberta do livro da lei, durante o reinado de Josias, dá início a um dos maiores avivamentos registrados na Bíblia (2 Rs 22,23; 2 Cr 34,35).

Ainda, sob a liderança de Zorobabel e Jesua, outra vez começa a reacender um novo avivamento (Ed 1.1-4.24). Tendo as intimidações dos inimigos induzido os judeus a interromperem a reconstrução do templo, os profetas Ageu e Zacarias entraram em cena para instigar o povo a prosseguir (Ed 5.1-6.22; Ag 1.1-2.23; Zc 1.1-21; 8.1-23). Setenta e cinco anos depois, com a chegada de outra expedição liderada por Esdras, novas reformas são iniciadas em Jerusalém, dando-se mais atenção à lei (Ed 7.1-10.44). O avivamento alcança o auge poucos anos depois, quando Neemias se apresenta para completar a construção dos muros de Jerusalém e estabelecer um governo teocrático (Ne 1.1-13.31).

Uma oração por avivamento e a promessa de sua ocorrência encontramos também em Joel 2.28-32; Habacuque 2.14-3.19 e Malaquias 4.

No apogeu de um grande avivamento Jesus aparece e é batizado por João Batista. Escolhe e treina seus discípulos; ascende aos céus, deixando-os na expectativa de receberam a promessa do Espírito (Lc 24.49-53; At 1.1-26). O poderoso derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, inaugura o avivamento que Jesus havia predito (At 2.1-47). "Marca-se, assim, o início de uma nova era na história da redenção. Por três anos Jesus trabalhara na preparação desse dia - o dia em que a Igreja, discipulada por intermédio de seu exemplo, redimida por seu sangue, garantida por sua ressurreição, sairia em seu nome a proclamar o Evangelho 'até os confins da terra' (At 1.8)" (14).

O livro de Atos registra a dimensão desse avivamento. Avivamento em Jerusalém, em Samaria, em Antioquia da Síria e em Éfeso. E de lá para cá, são muitos os relatos da obra vivificadora do Espírito Santo na história da igreja, como por exemplo, na Alemanha com a Reforma Protestante do século XVI, na Inglaterra no século XVIII, entre os negros Zulus da África do Sul na década de 60 e na Coréia do Sul nestes últimos tempos, dentre outros.
Que Deus derrame do seu Espírito sobre nós para que possamos, como igreja e povo brasileiros, experimentar mais uma vez daquele "fogo abrasador" que nos purifica e nos santifica para uma vida cristã de obediência à sua Palavra.


A ROTA DO EXODO

O povo de Israel organiza o acampamento em Sucote, e dali caminha até ao Etão, no limite do deserto, onde acamparam. (13:17,18,20) Sucote estava evidentemente a um dia de jornada (32 a 48 km) do Etão que é acreditado que se estende ao longo do lado Norte da Península do Sinai.

Retrocedem e acampam diante de Pi-Hairote, entre Migdol e "o mar", à vista de Baal-Zefom [ou seja, a fronteira Norte]. É o último lugar antes da travessia do mar Vermelho. (14:1-3) Crê-se que Migdol seja a pronúncia egipcia do hebraico mighdal, que significa "torre", devendo referir-se a um posto militar ou torre de vigia na fronteira egipcia. Numa das Cartas de Tell-Amarna é mencionado Maagdali.
Após a travessia do Mar Vermelho, entram no Ermo do Sur. Sur ou Shûr, significa "muro" ou 'muralha". Depois de três dias de caminhada, chegam ao Oásis de Mara, em árabe Ani Hawarah, onde as águas eram amargas. Mara significa "amarga", devido à sua água ser salobre e sulfurosa, não potável. Andando 24 quilômetros mais para Sul, chegaram ao Oásis de Elim, em árabe Wadi Garandel, com doze fontes de água e setenta palmeiras. Elim significa "árvores grandes [sagradas]". (15:22,23,27)

Atravessam o Ermo de Sim junto ao mar Vermelho, entre o Oásis de Elim e o Monte Horebe (Sinai), hoje a planíce de El Kaa. Acamparam a Dofca, e depois em Alush, e finalmente, no oásis de Refidim. Dafca é actualmente chamada em árabe de Serábit el-Chadem. Era um antigo centro egípcio de extração de cobre e de turquesas e onde havia fornos de fundição. Segundo os filólogos, Dofca é um nome hebraico que equivale a "fornos de fundição". Alush é um local não identificado entre Dofca e Refidim.

• A questão das codornizes como o maná, tal como descritos no texto bíblico, são um acontecimento local natural. Somente as suas circunstâncias (tempo, duração, quantidade, etc ...) que tornam estes factos em parte milagrosos ou inexplicáveis. O mesmo se aplica ao fenómeno da "água brotar da rocha".

Foi em Refidim, a actual wadi Feiran dos árabes, a noroeste do Monte Horebe. Foi aqui que ocorreu o episódio de "água brotar da rocha" (Números 20:11). Foi o local da batalha entre Israel e os amalequitas. Josué, ajudante de Moisés, saí vitorioso. (17:1,6; Números 33:12-15) Por fim, o povo de Israel acampa junto do Monte Horebe, na Península de Sinai. Em árabe, é chamado Jebel Musa que significa "Monte de Moisés".



Por que podemos ter certeza da salvação


Os estudiosos dizem que a Carta de Paulo aos Romanos é a cordilheira do Himalaia de toda a revelação bíblica. Se Romanos é a cordilheira do Himalaia, então, Romanos 8 é o pico do Everest. Em Romanos 8.29,30 Paulo faz cinco afirmações gloriosas, que são o fundamento da certeza da nossa salvação.



1. Deus nos conhece de antemão (Rm 8.29). Antes de Deus lançar os fundamentos da terra, acender as estrelas no firmamento e chamar à existência as coisas que não existiam, Deus já havia colocado o seu amor em nós, e nos conhecido como seu povo amado. O verbo conhecer tem o mesmo significado de “amar”. O amor de Deus é eterno, imutável e incondicional. Ele nos amou em Cristo, seu Filho amado, desde toda a eternidade.



2. Deus nos predestina para a salvação (Rm 8.30). Não fomos nós que escolhemos a Deus, foi ele quem nos escolheu. Nós amamos a Deus porque ele nos amou primeiro. Deus nos predestinou não porque previu que iríamos crer em Cristo, cremos em Cristo porque ele nos predestinou. A fé não é causa da eleição divina, é sua consequência. Eu não fui eleito porque cri, eu cri porque fui eleito. Deus não nos predestinou porque previu que iríamos ser santos. Nós fomos eleitos não por causa da santidade, mas para sermos santos e irrepreensíveis. A santidade não é a causa da eleição, mas seu resultado. Deus não nos elegeu para a salvação porque previu nossas boas obras, mas fomos criados em Cristo Jesus para as boas obras. As boas obras não são a causa da predestinação, mas sua consequência. A nossa salvação é obra exclusiva de Deus para que toda a glória pertença a Deus.



3. Deus nos chama com santa vocação (Rm 8.30). Aqueles a quem Deus conhece e predestina, a esses também Deus chama e chama eficazmente. Há dois chamados: um externo e outro interno; um geral e outro específicio; um dirigido aos ouvidos e outro dirigido ao coração. Jesus diz que as suas ovelhas ouvem a sua voz e o seguem. A voz de Deus é poderosa. Os eleitos de Deus podem até resistir a essa voz temporariamente, mas não finalmente. O mesmo Deus que nos elege na eternidade, tira as vendas dos nossos olhos, o tampão dos nossos ouvidos, retira o nosso coração de pedra e nos dá um coração de carne. Ele mesmo opera em nós o querer e o realizar, abrindo nosso coração, dando-nos o arrependimento para a vida e a fé salvadora.



4. Deus nos justifica conforme sua graça (Rm 8.30). Aos que Deus conhece, predestina e chama, também justifica. A justificação é um ato e não um processo. Acontece fora de nós, no tribunal de Deus, e não em nós. A justificação não tem graus, todos os que creem em Cristo estão justificados de igual modo diante do tribunal de Deus, por causa do sacrifício substitutivo de Cristo. Aqueles que estão justificados estão quites com a justiça de Deus e com as demandas da lei de Deus. Não pesa sobre eles mais nenhuma condenação. Toda a infinita justiça de Cristo é deposita em sua conta.



5. Deus nos glorifica para a bem-aventurança eterna (Rm 8.30). Aqueles que são amados e predestinados na eternidade e salvos no tempo desfrutarão da bem-aventurança eterna. Embora, a glorificação dos salvos seja um fato futuro, que se dará na segunda vinda de Cristo, na mente de Deus e nos decretos de Deus já é um fato consumado. Aqueles que crêem em Cristo e estão guardados nele têm a garantia do céu. Nada nem ninguém poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo. O apóstolo Paulo diz que aquele que começou a boa obra em nós, há de completá-la até o dia de Cristo Jesus. Que Deus seja louvado por tão grande salvação!